quinta-feira, 21 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «Maio»

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São abundantes e diversificados os motivos que apelam ao leitor para acompanhar o desenrolar da vida deste protagonista.
A sua história, que nos toca a todos pela susceptibilidade ferida de Cal ao perder o amor da família, os perigos constantes e eminentes a que está sujeito, as emoções amargas transmitidas pelo vazio e, ainda, o seu crescimento individual e instinto de sobrevivência que tantas vezes lhe permitiram estar a salvo por mais um dia.
Outro ponto forte é forma como é disposta a narrativa, que enaltece e diferencia Conspiração 365 de todas as outras histórias com uma distribuição cronometrada, ritmada. Este é um trunfo que não só marca pela inovação, como contribui para transportar o leitor para o momento presenciado na ficção, aumentando assim a adrenalina e oferecendo vida própria à obra.
E depois existe a ilustração que por si só nos coloca na pele do protagonista, ao termos acesso aos documentos e a todo o género de imagens que passam por Callum, colocando o próprio leitor como interveniente na busca do enigma que ameaça o nosso herói, incentivando-nos na pesquisa e familiarizando-nos com os intervenientes.
Para completar este leque apelativo de características que dão vida Cal, e que nos aproxima de toda a história, existe ainda um núcleo de personagens secundárias muito interessante que é fixo, como Boges e Winter, e um segundo grupo mais irregular, com passagens breves, aparecendo ou não mais que uma vez, e que deixam em aberto diversas questões, dimensionando e esmiuçando o interesse e curiosidade devido ao mistério que as circunda, como é caso de Melba.
Esta harmonia perfeita, entre todas a particularidades que citei, só é conseguida através da escrita da autora, que é assertiva conseguindo chegar a todo o género de públicos e que flui descontraidamente sem cair numa rotina, como seria de esperar tendo em conta que no total Gabrielle Lord nos presenteia com 12 livros.


Em suma, Maio é um livro de passagem, com um ritmo ligeiramente mais lento, mas que abre novas perspectivas a Cal, com a possibilidade de adquirir novos conhecimentos e dar um novo passo na sua demanda, ultrapassando uma vez mais uma situações limite, mas mais importante que isso, permitindo-lhe ficar cada vez mais próximo da sua família e, em consequência, da sua liberdade.


Uma aposta por mim muito recomendada da Contraponto, em que cada batimento cardíaco pode fazer a diferença e que terá a capacidade de voz fazer suster a respiração.»
As Histórias de Elphaba

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